Entenda a influência do estilo gótico na arquitetura brasileira

Entre vitrais, abóbadas e ornamentos, conheça as principais características e exemplos desse movimento no Brasil
Escrito por Laura Nogueira
2024-05-02
Foto: Instagram / @edificiomartinelli.

No início do século XII, novas formas de construção fizeram com que catedrais e outros grandes edifícios pudessem atingir novos patamares do ponto de vista arquitetônico. Conhecida previamente como um estilo francês, a arquitetura gótica surgiu através de construções que fossem mais rudimentares e potentes.

No Brasil, o movimento pegou impulso durante o final do século XIX. Sendo inspirado na arte gótica do período medieval, o movimento era manifestado de forma diferente ao que acontecia em outros países, e por isso foi apelidado como “neogótico”. O sufixo "neo" é utilizado para indicar que os edifícios desse movimento arquitetônico foram construídos após o tempo real em que o movimento original estava ativo.

Embora o estilo gótico varie de acordo com a localização, o tempo e o tipo de edifício construído, ele é frequentemente caracterizado pela sua verticalidade, vitrais, arcos, abóbadas e ornamentos. Em São Paulo, por exemplo, diversas construções adotaram elementos góticos em suas fachadas, especialmente aquelas que foram construídas durante o período colonial.

Exemplos da arquitetura neogótica brasileira

Considerada uma das principais construções góticas brasileiras, a Catedral da Sé (localizada no coração de São Paulo), destaca-se pela sua grandiosidade arquitetônica e por seu estilo neogótico. Projetada pelo arquiteto francês Maximilian Hehl, sua fachada apresenta os característicos arcos ogivais e torres pontiagudas presentes neste movimento.  

Já o Edifício Martinelli – considerado por muitos como o primeiro arranha-céu do Brasil – também possui fortes influências góticas em sua estrutura. Projetado pelo arquiteto italiano Giuseppe Martinelli, o prédio apresenta arcos ogivais em suas janelas, além de uma torre ornamentada que remete as catedrais góticas europeias.

Inaugurado em 1911, o Teatro Municipal de São Paulo também é considerado uma obra que carrega características góticas. Projetado por Domiziano e Claúdio Rossi, o Teatro apresenta uma fachada ornamentada por pináculos, vitrais e arcos ogivais, que ajudam a exemplificar a sofisticação desse estilo.

Arquitetura gótica atualmente

Conforme novos movimentos – como o Renascentista, Barroco e Neoclássico – foram surgindo, o estilo gótico perdeu força no cenário mundial. Ainda assim, muitas catedrais góticas continuam sendo destinos populares para turistas e viajantes, que buscam presenciar pessoalmente essas construções milenares.

Atualmente alguns arquitetos ainda utilizam elementos do movimento gótico em construções residenciais, desenvolvendo, por exemplo, esquadrias em arcos ogivais para ajudar na iluminação natural de dentro dos ambientes; e até mesmo combinando vitrais com vidros transparentes em áreas de permanência, em busca de criar um espaço mais amplo que se encaixe na estética de ‘mininal gothic’ (outra vertente do movimento arquitetônico gótico).

De forma geral, nenhum estilo arquitetônico está totalmente morto, sempre há espaço para reinvenção e ressignificação das características que marcaram uma era.

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